1966
Fundação
Fundação da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan)
Os primeiros sistemas públicos de abastecimento de água do Rio Grande do Sul surgiram na segunda metade do século XIX. É a fase precursora do saneamento, iniciando-se por Porto Alegre (1864), Rio Grande (1877) e Pelotas (1913).
Nova etapa seria marcada com a entrada do Estado no equacionamento dos problemas sanitários por meio da criação, em 1917, da Comissão de Saneamento vinculada à Secretaria das Obras Públicas. A sua finalidade era orientar, coordenar e fiscalizar a implantação de sistemas de água e esgotos pelos municípios. Destaca-se a contratação de diversos projetos junto ao sanitarista Saturnino de Brito, que realizou os estudos para o abastecimento de água e dos sistemas de esgotos sanitários de Dom Pedrito, Santa Maria, Uruguaiana, Alegrete, Itaqui, Jaguarão, Cachoeira do Sul e São Leopoldo.
Em 1936, a antiga Comissão de Saneamento foi transformada em Diretoria de Saneamento e Urbanismo da Secretaria das Obras Públicas. Pela primeira vez, as prefeituras, por meio de convênios, concediam ao órgão estadual a responsabilidade direta pela ampliação dos sistemas existentes ou a implantação do serviço. Como consequência, teve início o planejamento do saneamento em nível estadual com a determinação de prioridades, resolvendo, desta forma, muitos problemas críticos de falta de água.
A Companhia Riograndense de Saneamento, sediada em Porto Alegre, é uma sociedade de capital aberto, cujo controle acionário é Aegea Saneamento. A Corsan foi criada como Companhia pública de saneamento em 21 de dezembro de 1965 e oficialmente instalada em 28 de março de 1966 (a partir da lei estadual 5.167/1965 – RS), sendo seu controle transferido para o grupo privado Aegea em 7 de julho de 2023.
Atualmente a Corsan abastece cerca de 6 milhões de pessoas, o que corresponde a dois terços da população do Estado. Atua em 317 municípios do Rio Grande do Sul com sistemas de abastecimento de água e concomitantemente, em 303 municípios com contratos firmados de sistemas de coleta e tratamento de esgoto. Conta com uma força de trabalho de 5970 empregados e atinge cerca de 96,58% de universalização na disponibilidade de água potável nas áreas urbanas administradas e 17,61% de universalização em esgoto (dados apurados no primeiro trimestre de 2021). Sua abrangência alcança cerca de seis milhões de pessoas.
Dentre os eventos mais marcantes na história da Companhia destacam-se:
Fundação da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan)
Em 13 de setembro, em um ato no Palácio Piratini, 52 municípios assinam contrato de concessão do abastecimento de água com a Corsan.
Rio Grande – duplicação da adutora de água tratada para o Cassino e para a Zona Industrial e Superporto e do início das obras de uma barragem no Arroio Martins. A captação continua a ser feita por meio de poços ponteiras.
Em 29 de janeiro, foi inaugurada em Santa Maria a ampliação do sistema de água, com a construção da nova ETA. A rede de distribuição atinge 221.865 metros de extensão para atendimento de 111.380 habitantes, o que correspondia, na situação, a 75% da população do município.
Em Triunfo, entra em operação no Polo Petroquímico a Sitel, responsável pelos serviços de tratamento, monitoramento e disposição de efluentes líquidos industriais e sanitários desse complexo industrial.
Em Cachoeirinha/Gravataí, foi inaugurada a ampliação da ETA de Cachoeirinha, que também atende Gravataí, para 520 litros por segundo. Foram construídas nova tomada de água, adutora de 1.500 metros, novo bloco hidráulico.
Em Bento Gonçalves foi concluída barragem do Burati. Com altura máxima de 15 metros, comprimento total de 73 metros e volume de concreto de 4.500 metros, possui capacidade de acumulação de 3 milhões de metros cúbicos, com 80 hectares de área alagada. A obra foi inaugurada no dia 13 de dezembro pelo governador Jair Soares, o secretário de Obras Públicas, Luiz Gonzaga Fagundes e o diretor-presidente Edson Molina Belo.
Em Santa Maria, foi instalada a Coordenadoria Regional, a qual representou a primeira experiência para descentralizar a Corsan.
Foi inaugurada em Caçapava do Sul a ampliação da barragem do Arroio Fonte do Mato.
No dia 07 de abril de 1998 foi inaugurada em Canoas a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Em 26 de setembro de 2000, foi inaugurado em Santa Cruz do Sul o Lago Dourado. A obra permitiu a acumulação de mais de 3 milhões de m3, o que garante o abastecimento por mais de seis meses sem chuvas.
Em 10 de outubro, foi inaugurado em Canoas um reservatório no bairro Guajuviras. A obra beneficiou mais de 60 mil pessoas. Em 20 de outubro, outro reservatório foi inaugurado na Coxilha do Abílio, beneficiando 50 mil pessoas dos bairros Bela Vista, Ideal, Estância Velha, Olaria, Rincão Gaúcho.
Foi inaugurado no dia 2 de julho de 2005 a barragem de São Miguel em Bento Gonçalves, ampliando o sistema de abastecimento de água na região.
Em 2006 foi realizada a venda de 150.000.000 ações preferenciais nominativas de emissão desta Companhia à CADIP – Caixa de Administração da Dívida Pública Estadual S/A. Nesta situação, o Estado do Rio Grande do Sul, que detinha 97,54% do capital total, passou a deter 60,72% do mesmo capital. Do capital votante o Estado continua detendo 99,99%.
A Acionista CADIP, por sua vez, que detinha 3,34% do capital total da CORSAN, após esta operação passou a deter 39,28%, do capital total, não possuindo ações ordinárias.
Em dezembro de 2009 a CADIP transferiu para o Estado do Rio Grande do Sul 125.662.000 ações preferenciais nominativas de emissão desta Companhia, correspondendo a R$ 268.916.680,00 (duzentos e sessenta e oito milhões, novecentos e dezesseis mil e seiscentos e oitenta reais), sendo o valor patrimonial unitário da ação de R$ 2,14 (dois reais e quatorze centavos).
Desta forma, o Estado do Rio Grande do Sul, que detinha 60,72% do capital total, passou a deter 91,57% do mesmo capital. Do capital votante o Estado continua detendo 99,99%. A Acionista CADIP, por sua vez, que detinha 39,28% do capital total da CORSAN, após esta operação passou a deter 8,43%, não possuindo ações ordinárias.
Em dezembro de 2011 a CADIP, transferiu para o Estado do Rio Grande do Sul, controlador da Corsan, 34.338.000 ações preferenciais nominativas de emissão desta Companhia. Em decorrência desta operação o Estado do Rio Grande do Sul, que detinha 91,57% do Capital total, passou a deter 99,99%. A CADIP, por sua vez, que detinha 8,43% do capital total da Corsan, após esta operação deixou de ser acionista da Companhia.
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, acionista controlador da Corsan, anunciou a decisão de conduzir a privatização da Companhia, por meio da realização de oferta pública de ações (“IPO”, na sigla em inglês) com a transferência do controle acionário à iniciativa privada. O Projeto de Lei 211/2021 – que autoriza o Poder Executivo a tomar medidas para a desestatização da Corsan – foi aprovado no plenário da Assembleia Legislativa em 31 de agosto, e posteriormente convertido na Lei estadual nº 15.708/2021 – com publicação em 17 de setembro.
Em julho de 2022, o Governo do Estado do RS comunicou que não irá interpor recurso à decisão proferida pelo Tribunal de Contas do Estado do RS sobre o processo de oferta pública inicial de ações (IPO) da Companhia, decisão essa que determinou a sua suspensão.
No mesmo comunicado, o acionista controlador definiu que seguiria perseguindo a desestatização da Corsan até o final do exercício de 2022, não mais por meio de oferta de ações no mercado de capitais, mas através da alienação de 100% das ações de sua titularidade.
Vencedor do Leilão nº 01/2022 de Alienação de Ações da Corsan, o Consórcio Aegea, formado pela Aegea Saneamento e por fundos administrados por Perfin e Kinea, assumiu o controle da Companhia em 7 de julho de 2023.